quinta-feira, 19 de maio de 2016

ATA DA SEÇÃO DE INSTALAÇÃO DA VILA DE PONTE NOVA


TRANSCRIÇÃO DIPLOMÁTICA DE DOCUMENTO HISTÓRICO MANUSCRITO

Documento: Ata da Seção de Instalação da Vila de Ponte Nova
Instituição custodiadora: Arquivo Público Municipal de Ponte Nova
Notação: Livro de Atas da Câmara Municipal de Ponte Nova
Fundo Câmara Municipal de Ponte Nova - CAM/AC-01  -  Fls. 01-03v
Data do documento: 26 de abril de 1863
Transcritor: José Geraldo Begname.
Observações:
1) a grafia, as abreviaturas e os sinais de pontuação foram mantidos como no original;
2) palavras acrescentadas pelo transcritor, para um melhor entendimento do documento, foram inseridas entre colchetes e sublinhadas; 
3) palavras ilegíveis no texto original, cujo sentido textual permitiu sua reconstituição, foram transcritas entre colchetes e sublinhadas.


TRANSCRIÇÃO

[fl. 1]

Szo e Sa [rubrica constante à margem superior direita]

Acta da Instalação da Villa da Ponte Nova

Anno do NaScimento de NoSso1 Senhor Jesus Christo
de mil oito centos e secenta e tres, quadragesimo se
gundo da Independencia e do Imperio aos vinte e
seis dias do mes d’Abril do dito anno, nesta Villa
da Ponte Nova Comarca do Piracicava, Provincia de
Minas Geraes, ao meio dia compareceo na Casa do
ada por Antonio Ildefonso Martins da Silva, a
cabada e mobiliada pelos Cidadãos da Villa e seo
Termo para servir de PaSso da Camara Munici-
pal, o Cidadão Capitão Manoel Francisco de Souza
e Silva Vereador mais votado, e como tal Prezi-
dente da Camara Municipal elleita para este
novo Municipio por ordem da Exma Prezidencia
de doze de Novembro de mil oito centos e secenta
e dous, cuja elleição teve lugar no dia vinte oito
de Dezembro do anno passado nas Parochias de
que se compõem o Municipio: a saber a da Villa
da Ponte Nova, Barra do Bacalháo, Anta, Bar
ra Longa, Santa Cruz, Conceição do Casca,
Jiquiri, Abre Campos, e sendo approvada a
mesma Eleição pelo Exmo Governo da Provincia,
foi por este determinado, que no dia de hoje se ins
talaSse a Villa, e tomaSse poSse a respectiva Camara
Municipal; esta ordem transmitida a Camara
Municipal de Marianna por Portaria de trinta
de Março passado rezolveo este conseder os ditos
Cidadãos Capitão Manoel Francisco de Souza e Silva

[fl. 1v]

para como vereador mais votado por seo Procura
dor prestar juramento e tomar poSse do Cargo de Ve
reador como consta dos officios que adiante vão
copiados; em consequencia o mesmo Vereador mais
votado prestou juramento e tomou poSse perante
a Camara Municipal de Marianna no dia vin
te deste por seo bastante Procurador o Doutor Ma
nuel Faustino Correa Brandão na forma do Decre
to de 22 de Julho de 1833, como consta do documen
to adiante transcripto, e neSsa qualidade compare
cendo o dito Vereador Capitão Manoel Francisco
de Souza e Silva no PaSso da Camara Municipal
e juntamente os mais Vereadores elleitos quais Major
Miguel Martins Chaves, Capitão Antonio Jus
tiniano Gonçalves Fontes, capitão Joaquim Ro
drigues Milagres, Capitão Luis José Pinto Co
elho da Cunha, Capitão Antonio Carlos Correa
Marink[sic], e Sebastião José do Monte, e grande nu
mero de Cidadãos da Villa e Termo, e sendo ahi
foi deferido o juramento pelo dito Presidente a ca
da úm dos elleitos na forma do Art. 17 da Lei do 1º
de Outubro de 1828, e tomando elles assento de um
e de outro lado e sob a Presidencia do mesmo Verea
dos foi por este declarado estar constituida a Ca
mara Municipal e Installada a Villa da Ponte Nova.
Depois deste acto deliberou-se que neste acto
se transcreveSsem todas as ordens e officios respecti
vos a Creação desta Villa, aSsim como se men
cionaSse que foi ellevada a Villa pela Lei Pro
vincial Numero 826 de 11 de Julho de 1857 de
pois revalidada pela Lei Provincial Nº 1:111 de
16 de Outubro de 1861. Copia da Portaria

[fl. 2]

Szo e Sa [rubrica constante à margem superior direita]

Exma Prezidencia. Palacio da Prezidencia da
Provincia de Minas Geraes 30 de Março de 1863
Primeira Seção. Conhecimento pelo officio que V.Mces
dirigirão-me em vinte do corrente mez, que a elleição de
Vereadores da Camara Municipal da Villa da Ponte Nova
correo regularmente em todas as Parachias de que ten
de comporse o novo Municipio, cumpre que V.Mces ex
pessão as precisas ordens para que no dia 26 de Abril
proximo futuro tenha lugar e sua installação na
conformidade dos Decretos de 13 de Novembro de 1832 e
22 de Junho de 1833. Deos guarde a V Mes Jose Jo
aquim Fernandes Torres. Senhores Presidente
e mais Vereadores da Camara Municipal da Cida
de de Marianna Conforme o Secretario Francisco
Lourenço da Costa Garcês o IllustriSsimo Senhor
havendo a Exma Vice Presidencia da Provincia em
Portaria de 30 do paSsado mez de Março designado o dia
26 do corrente para a installação; resolveo a Camara Mun
nicipal disignar o dia 20 do corrente para VoSsa Se
nhoria comparecer por si, ou por seo procurador afim
de impoSsar do cargo de Vereador primeiro votado co
mo tal Presidente da Camara, e depois no dia mar
cado pela Exma Vice Prezidencia deferir juramento
aos mais Vereadores e installar a Vila. A este
officio acompanha a acta de apuração e os voctos a que
procedeo a Camara, o qual servirá a Vossa Senho
ria de Diplomar. Espera a Camara que V. Sa
acuze o recebimento do presente. Deos guarde a V.Sa.
Marianna PaSso da Camara Municipal aos 10 de
Abril de 1863. IllustriSsimo Senhor Capitão Ma

[fl. 2v]

Manoel Francisco de Souza e Silva, o Prezidente An
tonio Vicente Ferreira de Oliveira. O Secretario
Francisco Lourenço da Costa Garcez. = Edital da
Camara Municipal = A Camara Munici
pal da Leal Cidade de Marianna pelo seo
Prezidente abaixo assignado. Faz saber que pres
tou juramento e tomou poSse do Cargo de primei
ro Vereador da Camara Municipal da Villa
da Ponte Nova, e como tal de Presidente da
mesma Camara o Cidadão Capitão Manoel Fran
cisco de Souza e Silva pela pessoa de seo Procu
rador o Senhor Manoel Faustino Correa Bran
dão. E para que seja como tal reconheci
do e poSsa no dia 26 do corrente deferir jura
mento e poSse aos demais Vereadores, e installar
a Villa na forma da Ley, se mandou paSsar
o presente que sera publicado e afixado no lugar
mais publico e do custume indo sellado com o
Sello das Armas do Imperio. Marianna PaSso
da Camara Municipal aos vinte de Abril de 1863
o Prezidente Antonio Jorge Moutinho. O secretario
Francisco Lourenço da Costa Garcês. Sob pro
posta do Vereador Fontes [que se deliberase] que se
participaSse ao Exmo [presidente] da Provincia o  acto
de Installação desta Villa, e ao Exmo Ministro
Secretario de Estado dos Negocios do Imperio
p’ intermedio da Exma Prezidencia, e que se fi
zesse tão bem publico por Editais remetidos
aos Juizes de Pás dos Destrictos do Municipio fi
cando para o dia seguinte tratar da nome
ação dos empregados; foi mais deliberado que to
dos o officios e ordens foSsem emmoSsados[sic]2 archi

[fl. 3]

Szo e Sa [rubrica constante à margem superior direita]

vados para serem conservados3. Do que para cons
tar mandarão fazer o presente auto em que se aSsignão
o Prezidente e mais Vereadores. Eu Antonio Justiniano
Gonçalves Fontes Vereador servindo de secretario que este
escrevi e aSsignei.

O Presdte Manoel Francisco Sza e Sa
Miguel Miz’ Chaves
Luis Jose Pinto Coelho da Cunha
Sebastião Joze do Monte
Antonio Carlos Corrêa Mairink
Joaquim Riz’ Milagre
Antonio Justiniano Gonçalves Fontes

_________________


1-   Nota do tanscritor: o uso de um “S” maiúsculo em palavras escritas com “ss” é uma técnica de transcrição que visa indicar ao leitor o uso de “s” caldado pelo redator, ou seja, o uso de um “s” com calda longa que desce muito abaixo da linha.
2-    Nota do tanscritor: conforme o dicionário de Antonio Moraes Silva (1789), emmassar é o mesmo que juntar em masso. Provavelmente, o secretário da Câmara que redigiu a ata não conhecia exatamente a forma correta de escrita da palavra, uma vez que escreveu “emmossar”. Quanto ao uso de dois “mm” em “emmassados”, trata-se de um sinal de nasalação, já que a letra seguinte é uma vogal; se fosse uma consoante, como em “empossados”, não seria necessário tal sinal de nasalação.

3-   Nota do tanscritor: podemos dizer que o Arquivo Municipal de Ponte Nova (APMPN) nasceu nesse momento, pois define-se como arquivo “o conjunto de documentos produzidos e recebidos por uma instituição no exercício de suas funções”. Portanto, esses foram os primeiros documentos formadores do acervo do APMPN.

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