APRESENTAÇÃO
A série “Fragmentos de histórias”
faz parte da política de divulgação do acervo do Arquivo. São pequenas histórias
relacionadas à Ponte Nova, provenientes de compilações de textos publicados por
terceiros em jornais de época, ou fruto de pesquisa desenvolvida pelo próprio
Arquivo.
O propósito é dar visibilidade à informações que, de alguma forma, possam
contribuir para a formação de uma memória da cidade e de seu povo.
O texto a seguir foi transcrito de uma publicação de autoria de Maria
Auxiliadora Marlière, veiculado no Jornal do Povo, edição nº 1880, de
11/05/1969. Nele a autora conta um pouco da história do distrito de Chopotó.
“ HISTÓRIA DA FUNDAÇÃO DE
CHOPOTÓ
Simples a fundação de Chopotó, Município de
Ponte Nova, antigamente denominado Fazenda do Piranga, às margens do Rio
Piranga.
Pela fazenda do
Piranga, propriedade de Manoel Mariano da Costa Lanna, passavam as tropas de
burros pertencentes a Venâncio da Costa Lanna que iam em busca de mercadorias
no Rio de Janeiro. E numa dessas viagens de volta, veio com acompanhante José
de Vasconcellos Monteiro, ficando como professor dos filhos de Venâncio.
Mais tarde, na fazenda
do Piranga, Venâncio, associando-se a seu irmão Capitão Inácio da Costa Lanna e
ao Dr. José Mariano Duarte Lanna, fundaram a Usina Açucareira do Piranga.
Para diretor de vendas
do açúcar foi convidado José de Vasconcellos Monteiro, com experiência
comercial adquirida em
Barra Longa , onde viveu os primeiros tempos e onde recebeu a
visita de seu pai e uma de suas irmãs, Emilia de Vasconcellos, que ficou em
companhia do irmão, depois da volta do pai a Portugal.
A usina trouxe o
progresso. O caminho de tropas foi substituído pela Estrada de Ferro
Leopoldina, inaugurada por D. Pedro II, e a fazenda do Piranga logo se
transformou num povoado, onde o Dr. José Mariano Duarte Lanna ergueu uma
capelinha para demonstração da fé do povo.
Em virtude da confusão com a cidade do
Piranga, o lugar passou a chamar-se Chopotó.
A usina em franco desenvolvimento, sofreu um
revés, vindo a falir. Em pagamento da dívida da massa foram as terras da
Fazenda distribuídas entre os credores, na proporção de seus créditos.
O povoado do Chopotó passou então a
pertencer a Afonso Lanna, Coronel Manoel da Rocha, Prudente Soares, Francisco
Avilino, José de Vasconcellos Monteiro e José Félix da Silva e as terras
estavam todas em comum.
Mais tarde Afonso Lanna vendeu sua parte a Afonso de
Vasconcellos Monteiro.
Por haver o Sr. Francisco Avilino invadido
as terras, tirando madeira indevidamente, o Sr. Afonso de Vasconcellos requereu
a divisão judicial das mesmas, sendo o agrimensor dr. Nóbrega.
Antes dessa compra chegou a Chopotó o português
Manoel de Souza, que, estando no Rio de Janeiro, empregou-se na Estrada de
Ferro Leopoldina e veio de turma em turma até o citado lugar, onde ficou sendo
o feitor, conhecendo a Emilia de Vasconcellos, com a qual casou-se, recebendo
como presente de núpcias do irmão da noiva, uma quarta de terras e uma casa
dentro do arraial, que mais tarde ficou pertencendo ao filho único do casal –
José de Souza Vasconcellos.
O Sr. José de Vasconcellos, deixando então a
usina, passou a ser comerciante, cuja casa de comércio, com o correr dos
tempos, passou a ser dos srs. Afonso e Caetano de Vasconcellos.
Em um dos prédios do povoado funcionava a
escola, sendo uma das primeiras professoras Dona Jovita, o professor Antonio
Lopes Camelo e sua Sra., vindo depois a professora Maria Vitória, filha do
Coronel Rocha, formada pela Escola Normal Nossa Senhora Auxiliadora, de Ponte
Nova.
Todas as filhas de Afonso Vasconcellos e as de
Joaquim Saraiva, que também residiam no arraial, contribuíram como professoras para
o engrandecimento do Chopotó.
Afonso de Vasconcellos fundou a Banda de
Música local, conhecida por “Lira de Chopotó”, aproveitando a experiência
musical de Juca Toné e a regência de José de Vasconcellos Monteiro, que era
músico e compositor.
Dos componentes da Banda, só existem os Srs.
Felício Vasconcellos, Antonio Francisco Pedreira e Venâncio dos Reis.
A Sr. José de Vasconcellos e Afonso de
Vasconcellos incumbiram-se da primeira reforma da Capela de Nossa Senhora do
Carmo e do Abrigo de São Vicente de Paulo, angariando esmolas. Ao lado da
Igreja temos também o Cemitério, mandado construir por Dr. José Mariano Duarte
Lanna.
No alto da pedreira, atrás da Igreja, para
abençoar a terra tão querida, existe um Cruzeiro, chamado Cruzeiro do Sul, que
com suas lâmpadas multicores ilumina as noites tranqüilas do arraial, um quadro
de São Vicente, uma estrela do oriente, cujos autores foram: Rozildo Azevedo,
João de Souza Lima, José de Souza Vasconcellos, Manoel Ladislau e Vitório
Superbi.
Esta é, em traços ligeiros, a história do
Chopotó, que se tornou famosa desde a visita de D. Pedro II e que vem
integrando como membro ativo da comunidade de Ponte Nova.
Esse trabalho foi idealizado pelo Sr. José
de Souza Vasconcellos e redigido pela Sra. Maria Auxiliadora Marlière,
ex-professora do Grupo Escolar Otávio Soares de Ponte Nova e atual professora
em Chopotó.
Foi executada pelo Coral da Banda de São
José de Barra Longa, composição de José Vasconcellos Monteiro, duas valsas:
Zeta e Maria Vasconcellos. ”
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Transcrito por: José Geraldo Begname
IMAGEM 1: Igreja católica do distrito
de Chopotó. Setembro de 2015.
Visita dos
alunos da escola municipal João Guimarães ao distrito de Chopotó. Uma atividade do projeto de
educação patrimonial, desenvolvido pela Secretaria Municipal de Cultura, em
parceria com a escola.
IMAGEM 2: Planta
de Situação demonstrando a posição geográfica da estação do Chopotó.
IMAGEM 3: Facha principal da estação Chopotó, na época de sua
construção.
IMAGEM 4: Ao fundo estação do Chopotó. Setembro
de 2015.
Visita dos alunos
da escola municipal João Guimarães ao distrito de Chopotó. Uma atividade do projeto de
educação patrimonial, desenvolvido pela Secretaria Municipal de Cultura, em
parceria com a escola.
IMAGEM 5: Planta baixa da estação demonstrando a divisão interna da
edificação. Observe que a estação era provida de estrutura para moradia do
agente da estação.
Como é gratificante, em meio à pesquisa ainda encontrar este blog! José Geraldo, ações positivas ecoam!
ResponderExcluirTânia Mara Sasse
Minha avó nasceu em Chopoto.
ResponderExcluirBoa tarde.
ResponderExcluirEu gostaria de saber o contato de alguém da Igreja. Meus ancestrais são de Chopotó. Meu contato: 21 97354 3868
Que coisa bonita! valoriza nossa memória!
ResponderExcluir