quarta-feira, 18 de maio de 2016

HISTÓRIA DA FUNDAÇÃO DE CHOPOTÓ


APRESENTAÇÃO


A série “Fragmentos de histórias” faz parte da política de divulgação do acervo do Arquivo. São pequenas histórias relacionadas à Ponte Nova, provenientes de compilações de textos publicados por terceiros em jornais de época, ou fruto de pesquisa desenvolvida pelo próprio Arquivo.
O propósito é dar visibilidade à informações que, de alguma forma, possam contribuir para a formação de uma memória da cidade e de seu povo.
O texto a seguir foi transcrito de uma publicação de autoria de Maria Auxiliadora Marlière, veiculado no Jornal do Povo, edição nº 1880, de 11/05/1969. Nele a autora conta um pouco da história do distrito de Chopotó.

                                                                                 
HISTÓRIA DA FUNDAÇÃO DE CHOPOTÓ

Simples a fundação de Chopotó, Município de Ponte Nova, antigamente denominado Fazenda do Piranga, às margens do Rio Piranga.
            Pela fazenda do Piranga, propriedade de Manoel Mariano da Costa Lanna, passavam as tropas de burros pertencentes a Venâncio da Costa Lanna que iam em busca de mercadorias no Rio de Janeiro. E numa dessas viagens de volta, veio com acompanhante José de Vasconcellos Monteiro, ficando como professor dos filhos de Venâncio.
            Mais tarde, na fazenda do Piranga, Venâncio, associando-se a seu irmão Capitão Inácio da Costa Lanna e ao Dr. José Mariano Duarte Lanna, fundaram a Usina Açucareira do Piranga.
            Para diretor de vendas do açúcar foi convidado José de Vasconcellos Monteiro, com experiência comercial adquirida em Barra Longa, onde viveu os primeiros tempos e onde recebeu a visita de seu pai e uma de suas irmãs, Emilia de Vasconcellos, que ficou em companhia do irmão, depois da volta do pai a Portugal.
            A usina trouxe o progresso. O caminho de tropas foi substituído pela Estrada de Ferro Leopoldina, inaugurada por D. Pedro II, e a fazenda do Piranga logo se transformou num povoado, onde o Dr. José Mariano Duarte Lanna ergueu uma capelinha para demonstração da fé do povo.
Em virtude da confusão com a cidade do Piranga, o lugar passou a chamar-se Chopotó.
A usina em franco desenvolvimento, sofreu um revés, vindo a falir. Em pagamento da dívida da massa foram as terras da Fazenda distribuídas entre os credores, na proporção de seus créditos.
O povoado do Chopotó passou então a pertencer a Afonso Lanna, Coronel Manoel da Rocha, Prudente Soares, Francisco Avilino, José de Vasconcellos Monteiro e José Félix da Silva e as terras estavam todas em comum. Mais tarde Afonso Lanna vendeu sua parte a Afonso de Vasconcellos Monteiro.
Por haver o Sr. Francisco Avilino invadido as terras, tirando madeira indevidamente, o Sr. Afonso de Vasconcellos requereu a divisão judicial das mesmas, sendo o agrimensor dr. Nóbrega.
Antes dessa compra chegou a Chopotó o português Manoel de Souza, que, estando no Rio de Janeiro, empregou-se na Estrada de Ferro Leopoldina e veio de turma em turma até o citado lugar, onde ficou sendo o feitor, conhecendo a Emilia de Vasconcellos, com a qual casou-se, recebendo como presente de núpcias do irmão da noiva, uma quarta de terras e uma casa dentro do arraial, que mais tarde ficou pertencendo ao filho único do casal – José de Souza Vasconcellos.
O Sr. José de Vasconcellos, deixando então a usina, passou a ser comerciante, cuja casa de comércio, com o correr dos tempos, passou a ser dos srs. Afonso e Caetano de Vasconcellos.
Em um dos prédios do povoado funcionava a escola, sendo uma das primeiras professoras Dona Jovita, o professor Antonio Lopes Camelo e sua Sra., vindo depois a professora Maria Vitória, filha do Coronel Rocha, formada pela Escola Normal Nossa Senhora Auxiliadora, de Ponte Nova.
Todas as filhas de Afonso Vasconcellos e as de Joaquim Saraiva, que também residiam no arraial, contribuíram como professoras para o engrandecimento do Chopotó.
Afonso de Vasconcellos fundou a Banda de Música local, conhecida por “Lira de Chopotó”, aproveitando a experiência musical de Juca Toné e a regência de José de Vasconcellos Monteiro, que era músico e compositor.
Dos componentes da Banda, só existem os Srs. Felício Vasconcellos, Antonio Francisco Pedreira e Venâncio dos Reis.
A Sr. José de Vasconcellos e Afonso de Vasconcellos incumbiram-se da primeira reforma da Capela de Nossa Senhora do Carmo e do Abrigo de São Vicente de Paulo, angariando esmolas. Ao lado da Igreja temos também o Cemitério, mandado construir por Dr. José Mariano Duarte Lanna.
No alto da pedreira, atrás da Igreja, para abençoar a terra tão querida, existe um Cruzeiro, chamado Cruzeiro do Sul, que com suas lâmpadas multicores ilumina as noites tranqüilas do arraial, um quadro de São Vicente, uma estrela do oriente, cujos autores foram: Rozildo Azevedo, João de Souza Lima, José de Souza Vasconcellos, Manoel Ladislau e Vitório Superbi.
Esta é, em traços ligeiros, a história do Chopotó, que se tornou famosa desde a visita de D. Pedro II e que vem integrando como membro ativo da comunidade de Ponte Nova.
Esse trabalho foi idealizado pelo Sr. José de Souza Vasconcellos e redigido pela Sra. Maria Auxiliadora Marlière, ex-professora do Grupo Escolar Otávio Soares de Ponte Nova e atual professora em Chopotó.
Foi executada pelo Coral da Banda de São José de Barra Longa, composição de José Vasconcellos Monteiro, duas valsas: Zeta e Maria Vasconcellos.
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Transcrito por: José Geraldo Begname



IMAGEM 1: Igreja católica do distrito de Chopotó. Setembro de 2015.
Visita dos alunos da escola municipal João Guimarães ao distrito de Chopotó. Uma atividade do projeto de educação patrimonial, desenvolvido pela Secretaria Municipal de Cultura, em parceria com a escola.




IMAGEM 2: Planta de Situação demonstrando a posição geográfica da estação do Chopotó.





IMAGEM 3: Facha principal da estação Chopotó, na época de sua construção.




IMAGEM 4: Ao fundo estação do Chopotó. Setembro de 2015.
Visita dos alunos da escola municipal João Guimarães ao distrito de Chopotó. Uma atividade do projeto de educação patrimonial, desenvolvido pela Secretaria Municipal de Cultura, em parceria com a escola. 





IMAGEM 5: Planta baixa da estação demonstrando a divisão interna da edificação. Observe que a estação era provida de estrutura para moradia do agente da estação.

4 comentários:

  1. Como é gratificante, em meio à pesquisa ainda encontrar este blog! José Geraldo, ações positivas ecoam!

    Tânia Mara Sasse

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  2. Boa tarde.

    Eu gostaria de saber o contato de alguém da Igreja. Meus ancestrais são de Chopotó. Meu contato: 21 97354 3868

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  3. Que coisa bonita! valoriza nossa memória!

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